quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Coluna 3


O recém-explorado nicho de mercado dos sites de compra coletiva sempre inspiraram desconfiança e alimentaram polêmicas. Diz-se isto já que setores organizados da sociedade, apartados dos meios pelos quais se desenrolam as transações e contratos entre as partes envolvidas no processo, exigem regulação legislativa e interferência objetiva do Estado, ainda maior.

Por um lado, admite-se que esses contratos são motivados pela oferta de grandes barganhas, a despeito da conveniência e comodidade que lhes acompanham. Utilizar esses meios para organizar a agenda para fins de semana ou aproveitar oportunidades provocadas pela famosa lei de Say, são os principais atrativos para consumidores modernos um pouco mais diligentes que possuem boa parte da renda ociosa.

Pelo outro, convém reconhecer que esses empreendimentos visam preencher esta lacuna no mercado, fazendo uso de meio moderno de compartilhamento de informações e atando as pontas onde estão mais frouxas: demanda e oferta. Adicionalmente, há ainda de se salientar as deformidades de mercado provocadas pelas assimetrias de informações e seu fluxo corrente, drenado pela concentração de capitais e pela ação de lobistas.

Com efeito, isto manifesta-se à medida que agentes do lado da oferta apresentam descontos fabulosos - a partir de 50%, em média. Estas fatias exageradas de descontos inserem-nos duas dúvidas objetivas: Qual é o ganho econômico destes vendedores cujas margens são tão reduzidas? Estes descontos são mesmos reais?

Recentes pesquisas realizadas pelo professor Dan Ariely (Duke University), apresentou resultados surpreendentes que, em suma, indicam um comportamento previsivelmente irracional de agentes econômicos que se julgam na plenitude das suas faculdades mentais. Tais estudos comprovam que “mais complexas as escolhas, mais as pessoas optam pela opção padrão”.

Assim, no setor de E-commerce explorado pelas compras coletivas, grandes barganhas são, independentemente do apelo de real redução de despesas, atraem consumidores ávidos por gozar de laminadas mais grossas de descontos.

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