terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ônãufebétu


Laís pediu-me para redigir uma redação (comecei bem, hã?) que tratasse d' "O analfabetismo no Brasil. Não sei onde ela tinha posto a cabeça ao me fazer tal requisição: ora, não mais freqüento pré-vestibulares; devo ter-me esquecido daquelas "mainhas" de professor de cursinho pré-vestibular; técnicas bem rudimentares, posto sejam deveras eficazes. Quesnay revolve-se em seu enfadonho sepulcro de modo a ajustar o mínimo de audibilidade no seu eterno aposento, lá nos cafundó... do dito cujo, claro. Poder-se-ia calar; mas a língua coça - sarna maldita. Enfim, como um excelente redator de redações - aquele que não foge do tema, ao menos -, vou-me ater ao que me dispus quando aceitei-lhe o desafio e quando resolvi ficar acordado até essa hora (maldito seja o tempo, a velocidade e todas essas variáveis físicas que fazem o relógio andar com os próprios pés e atropelar nossas aspirações).
Todo indivíduo analfabeto está deveras fadado ao pior que a Humanidade lhe reserva: a exclusão. E é em tempos modernos correntes que esse fenômeno social torna-se cada vez mais crônico, haja vista a evolução arrebatadora das Ciências e o ritmo frenético pelo qual subscrevem-se as inovações tecnológicas.
De acordo com Silveira Bueno, analfabeto define-se como todo aquele que "não sabe ler e escrever". Tal estirpe de inferência mostra-se deveras anacrônica, resguardando-a por eufemismos. Cá no Brasil, foi-se o tempo em que bastava ao cidadão deitar ao cheque - ou qualquer outra espécie de documento - sua assinatura e lá já poder-se-ia considerar um indivíduo alfabetizado, em pleno gozo dos direitos que as Leis lhe reserva. Já não são mais desse século os coronéis que impunham aos seus cativos - inclua-se ai a mão-de-obra compulsória remanescente do regime trabalhista anterior; os apadrinhados, que cambiavam seu dispêndio em energia física por remuneração em benefícios etc. - o voto de cabresto, lastreado numa comprovação inverossímil, porém irrefutável, do nível de alfabetização do indivíduo, que o qualificasse como capaz de integrar a fatia da população sufragista. Os séculos prosseguiram sua cavalgada no tempo, e hoje não só basta ao cidadão submeter-se a um sistema de qualificação aos moldes daquele supracitado: o processo de Alfabetização tem que fundir o procedimento clássico de educação à inclusão digital.
Eis a internet. Nunca no mundo pôde-se produzir, divulgar e ter acesso ao nível de informações que há em cirulação atualmente. Por meio dela, pode-se satisfazer um grande número de necessidades, num intervalo de tempo imensuravelmente curto, em termos relativos. Através da world wide web, mesmo aquelas pessoas que possuem limitada capacidade de compreensão da língua, conseguem interagir com softwares que lhes permitem a prática de atividades que desenvolvem o racioncínio lógico, a concentração, o próprio exercício da leitura, haja vista que na telinha do computador as notícias, os anúncios, os textos, enfim, tornam-se mais atrativos e mais estimulantes. São incalculáveis as benesses que a internet e a tecnologia como um todo pode proporcionar à alfabetização do cidadão.
Portanto, não só o simples processo de aprendizado tradicional é fundamental na formação de um cidadão, mas sim a inclusão digital e a interação daquele com esta, de forma que possa surtir resultados mais eficazes no processo de alfabetização de cidadão, permitindo-lhe um completo desfrute do exercício pleno de sua cidadania.

6 comentários:

Unknown disse...

Amei tua introdução...
Seus textos são "sem comentários", mas sempre precisando d um velho glossário.... rsrs
Vou escolher o próximo tema do seu texto!!!

Anônimo disse...

apenas uma correção:

"define-se"

passar bem

ass: garcez

Unknown disse...

Na foto ilustrada por Marraus, vemos que o autor (da placa) não deixa de ter seu letramento. O que não ocorre com o seu alfabetizado.

Legal seu artigocontista!

Luiz Sampaio Athayde Junior disse...

Diga Jorge!
Massa essa placa! Tem um site (não sei a URL...) só sobre placas legais. Vejo você no Chapter Seven! Rs...
Abraço,
Luiz

Tiandra Leal disse...

Jorge, você é tudo de bom, meu orgulho!!!Me permita um comercialzinho : indique o site www.multiplanseguros.com.br quando seus amigos quiserem saber sobre planos de saúde em Salvador...
bjokas, Tiandra Leal

Tiandra disse...

Oxe não fui eu que fiz esse comentário acima não!