sábado, 26 de maio de 2007

Banquete de bezerro é leite



Não tenho merda nenhuma para dizer agora. Nenhuma. Mas, mesmo assim, tenho que honrar o compromisso de manter uma freqüência razoável de postagens. Que droga! Neste exato momento estou pensando em ter alguma grande idéia, dessas que afracam os músculos e tendões do leitor, criando brechas por onde esvaem elogios desbocados. Ou daquelas que, mesmo pobres no teor, dão gosto pelo melindre na condução das palavras. Não me vem nada à telha. Sendo assim, minha inércia produtiva enseja uma metalingüística consideração sobre as motivações de me expressar artisticamente – já que qualquer desgraça é dita arte – e, desde já, antecipo minha presunçosa intenção de estender tais considerações críticas a toda forma de criação artística, transformando - no que vêm a ser um autêntico pulo-do-gato - a minha completa incompetência criativa no objeto inspirador dessas e das posteriores linhas desse texto, que felizmente não serão muitas.
Numa primeira análise, a conclusão é óbvia: se não se tem nada a dizer, é melhor ficar em silêncio. Contudo, há controvérsias. No meu caso, por exemplo, não posso simplesmente deixar de escrever, pois como dito, me prontifiquei a fazê-lo e do contrário serei obrigado a aturar os resmungos e lamentações do criador deste blog, através do msn, que frequentemente utilizamos para trocar mp3 e ofensas. Não é difícil transferir o papel deste meu amigo a um diretor de uma gravadora – ainda que o primeiro seja insuperavelmente chato –, pressionando seus contratados a comporem novos sucessos do verão, exigindo que seus axônios e dendritos funcionem como circuitos programáveis, e que o fluxo de impulsos elétricos intercambiados entre seus neurônios obedeça a uma lógica externa, de modo que produzam arte como uma teta produz leite. São por vezes áusteros em espremer a teta. Defendem com afinco os interesses dos bezerros, que esperneiam em suas comunidades no orkut, sedentos por leite novo e puro. Sabem que os esfomeados bezerros pagam bem. E com esse caráter vigorosamente capitalista a produção artística ganha status industrial. Felizmente, para nosso deleite, todos os anos jorram incontáveis litros de leite. Vamos bezerros, vamos nos esbaldar!

7 comentários:

Unknown disse...

diante desse texto inspirador, e atendendo as súplicas do criador deste blog, alegro-me em avisa-los que eu serei o mais novo "escritor blogueiro" ou seria "blogueiro escritor"? deste blog... ¬¬ e desde ja, revelo o assunto da minha futura e já tão aguardada explanação:
"O período cretáceo e suas implicações no meio jurídico"

Aguardem....

Anônimo disse...

pqp....quanta enrolaçao pra dizer q nao teve capacidade nem competencia para arcar com a responsabilidade de publicar periodicamente textos que marraus te ''obriga'' a postar...
esse blog nao vai pra frente enquanto nao aparecer um escritor que saiba aliar dinamismo e informaçao.

nai disse...

euu hein;

Anônimo disse...

Ei Anderson, não adianta insistir pq eu não vou escrever nada p/ esse blog, ahuiahaiuhauia

Enquanto isso, Marcelo vai continuar enrolando como fez no último texto...inclusive,nesse caso, no enrolation ele está ótimo!rsrs


Vou esperar pela postagem de Lucas...espero que não demore, fiquei curiosa!

Marcelo Mendonça disse...

Incrível como os comentários têm tudo a ver com o texto...
=P

Anônimo disse...

Marcelo, criticando o que você mesmo faz não é??
Mas fique tranqüilo, estou deixando algo aqui!! Assim você pára de me obrigar a escrever!
Mas realmente, nós, fãs de escritores, bandas, etc, não sabemos lidar com a falta de inspiração. Você colocou isso muito bem, as criações artísticas estão virando produtos industriais, feitos em série e sem a antiga lapidação, como se faz com as jóias, até se tornarem perfeitas para o público.
Muito boa a sua enrolação!!
Beijos!

Jorge (Marraus) disse...

Verme inútil, você não "justificou" o texto!