quarta-feira, 6 de junho de 2007

O panegírico do dinheiro


Hoje em dia, em qualquer esquina, ruela, bêco, enfim, até na casa do vizinho, pode-se encontrar uma instituição financeira, autorizada pelo Bacen (Banco Central) , disposta à generosa e penosa atividade de recolher recursos de investidores propensos a tal finalidade(poupadores) e repassá-los à pessoas físicas ou jurídicas(tomadores) que estejam predispostas a aplicar o seu quinhão em atividades produtivas, incrementando as bojudas curvas do nosso PNB; destinar essa verba ao mero consumo(poupança negativa), ou à especulação, enfim, atualmente há infinitas opções de aplicações disponíveis para aqueles que poupam o dinheiro e para aqueles que o tomam.
A estruturação e o desenvolvimento de toda essa parafernália só foi possível graças à revolução de 64 e a modernização do SFN (sistema financeiro nacional) - procuro aqui trazer algumas abreviações didáticas para poupar-lhe, leitor, de uma leitura cansativa.
Antes dessa, as coisas eram bem diferentes. A principal bolsa de valores do Brasil, a Bovespa, limitava-se a atuar como mera entidade oficial corporativa, vinculada à secretaria de finanças do Governo estadual de São Paulo, e era composta por corretores nomeados pelo poder público. As atividades de emissão, controle de liquidez do meio, recolhimento do compulsório e concessões de empréstimos de redesconto, de Banco Central, estavam divididas entre o Tesouro, o Banco do Brasil e a SUMOC(Superintendência da Moeda e do Crédito), colocando o Brasil umas centenas de posições abaixo no ranking de preferência do capital estrangeiro.
Após a implementação da reforma, projeto do ex-presidente do Banco do Brasil, Correia e Castro - que já perambulava pelo congresso desde o tempo em que as mulheres ponderavam se deviam permanecer em casa e entreter-se a bordar longas peças de cama e mesa, variando entre as técnicas de ponto cheio e ponto de cruz, ou curtir os embalos de sábado à noite -, O SFN passou por um intenso processo de especialização, modernização e adaptação ao cenário internacional especulativo. E é claro que a sua principal figurinha, conhecida da Islândia à Patagônia, Do Alaska ao Yang-tsé, não poderia ficar fora dessa... O Banco.
O Sistema bancário passou por um processo de expansão latente. A clássica carteira de investimento comercial juntou-se à de desenvolvimento e à de investimento. Dessa forma, as opções de aplicações foram triplicadas, senão quadruplicadas. Operações de Leasing, Factoring, Hot money de assistência a pessoas jurídicas que querem fugir de situações de baixa liquidez e até mesmo de insolvência, ganharam consistência e credibilidade no mercado. Para pessoas físicas as opções de títulos de capitalização, fundo de investimento, títulos de CDB e RDB, constituem diversificadas formas de remunerar seu capital ocioso e, para os bancos, formas de alavancar suas carteiras de empréstimos.
No entanto, essa especialização do SF provocou o que os economistas modernos chamam de Assimetria de informação, ou seja, imperfeições do mercado decorrentes do desequilíbrio de informações entre os agentes econômicos. Assim, para quem não conhece os trâmites do mercado financeiro, investir torna-se uma boa dor de cabeça. TAC pra lá, TR pra cá, TBF aculá, Taxa de amortização, taxa SELIC, taxa do caralho a quatro...
Da mesma forma, pessoas com leves distúrbios no fluxo elétrico por entre os neurônios, ou com excesso destes, com um imensurável deslumbre pela fortuna e pelo enriquecimento fácil acreditam que, mesmo diante desse quadro, suas idéias mirabolantes podem mesmo ingressar no mercado, assim como essas palavras agudas e desmedidas terminam esse texto.

10 comentários:

ByVJ disse...

Sinopse por favor! ;)

Pa[†φ] BEiJo disse...

muito obrigada pela lição de português, estou muito realizada agora, confesso que sou mais feliz depois desse comentário.

bjus
se cuida
não deixe de passar por la e de me avisar qando postar coisa nova^^
adorei^^

XD

Pa[†φ] BEiJo disse...

e aproveitando oq significa isso? léxico

Pa[†φ] BEiJo disse...

rsrs não não, sou de sampa msm,
foi realmente um tom meio ironico mas com uma pitada de sinceridade porque tudo isso de por reticências é vicio, peguei isso com o msn, mas quando escrevo normal no papel não faço isso, só quando estou mais descontraida msm
^^

e vc é de onde???

Pa[†φ] BEiJo disse...

ta certo. deve ser ótimo ai ein, sou louca p conhecer o nordeste.
mas meu pai não deixa eu ir nem ao rio de janeiro q é aqui do lado praticamente

bjus
se cuida

Anônimo disse...

Marraus!!!
Eiii!! Olha eu aqui!!!
Bom, como eu te disse, odeio economia, mas achei interessante seu texto. Acho que com tanta dor de cabeça que os investimentos dão talvez seja melhor voltar à técnica dos nossos antepassados (não sei qual a geração que fazia isso, mas meu avô fazia): guardar o dinheiro debaixo do colchão. Não vai render, mas pelo menos não teremos que pagar nada aos bancos e nem nos preocuparmos com "taxas do caralho a quatro".
Beijos!

Pa[†φ] BEiJo disse...

da uma passada no meu

http://patypimi.blogspot.com/

bjus

Pa[†φ] BEiJo disse...

se vc falasse todo dia da sua banda vc nom ia ser meu namorado ahauhauahuah

bjus

Jorge (Marraus) disse...

Valeu pela força, Mirna!
Passa sempre que puder...
beijo.

Psique disse...

O texto esta super bem escrito..nossa, parabéns!
Mas não entendi nada...e olha que nem sou loura..

Bjks