
Quem dera os seres humanos fossem dotados de olhos traseiros. Quero dizer, olhos na posição oposta, simétrica à posição "normal". Ah! Aí sim seríamos felizes. Seríamos cordiais, solidários e fraternos, uns com os outros. Não teríamos inveja nem tomaríamos o lugar alheio da fila do busú na Lapa. A ameaça iminente de extinção da vida na terra seria matéria apenas dos homonídeos metamorfos mutantes dos confíns da igreja universal e dos corretores imobiliários norte-americanos. 90% dos problemas sociais seriam solucionados com uma simples alteração na cadeia genética de nossas células. 99,95% dos problemas de tráfego pedestre também, por tabela, seriam providos. Salvador seria outra cidade, com transeuntes felizes, bem dispostos a consumir - não que o ritmo de aquecimento da economia(quase a congelar) venha a perder força, caso a Ciência não desenvolva uma fórmula que nos beneficie com a aquisição de mais um olho. A Lapa seria outra estação. A Avenida 7 de Setembro seria outra avenida. Tudo isso, só com mais um olho atrás da cabeça!
A cada vez que passo pela Avenida 7, sinto-me coagido por forças sobrenaturais a empurrar algum(a) infeliz no asfalto, no momento coincidente ao movimento do busú, de forma que seu coração seja esmagado sobre o asfalto e seu sangue escoe por toda a avenida, das Mercês à praça Castro Alves. Que Deus tenha piedade de mim, mas são impulsos que não posso controlar.
Mais exaltado eu fico ao notar a ocupação do passeio por aqueles miseráveis do mercado informal. E vai, vai, vai ocupando o asfalto, invadido estabelecimentos comerciais, entranhando becos e mais becos, maquiando profanamente a Avenida da independência. Tudo isso precisa de um basta.
- Basta!
Acho que foi pensando nisso, que o nosso ilustre prefeito Sr. João Henrique teve a "idéia" de transformar a Avenida 7 num calçadão, em detrimento do fluxo de veículos e dos pobres e miseráveis trabalhadores do mercado informal. É ai qu'eu sou obrigado a utilizar a técnica mais prezada e cultivada pelos alunos do ensino médio do Brasil: A incoerência.
Se isso - a idéia brilhante do nosso prefeito - for concretizado, milhares de ambulantes terão que procurar outro ofício para desenvolver, aqueles que o conseguirem.
A cada vez que passo pela Avenida 7, sinto-me coagido por forças sobrenaturais a empurrar algum(a) infeliz no asfalto, no momento coincidente ao movimento do busú, de forma que seu coração seja esmagado sobre o asfalto e seu sangue escoe por toda a avenida, das Mercês à praça Castro Alves. Que Deus tenha piedade de mim, mas são impulsos que não posso controlar.
Mais exaltado eu fico ao notar a ocupação do passeio por aqueles miseráveis do mercado informal. E vai, vai, vai ocupando o asfalto, invadido estabelecimentos comerciais, entranhando becos e mais becos, maquiando profanamente a Avenida da independência. Tudo isso precisa de um basta.
- Basta!
Acho que foi pensando nisso, que o nosso ilustre prefeito Sr. João Henrique teve a "idéia" de transformar a Avenida 7 num calçadão, em detrimento do fluxo de veículos e dos pobres e miseráveis trabalhadores do mercado informal. É ai qu'eu sou obrigado a utilizar a técnica mais prezada e cultivada pelos alunos do ensino médio do Brasil: A incoerência.
Se isso - a idéia brilhante do nosso prefeito - for concretizado, milhares de ambulantes terão que procurar outro ofício para desenvolver, aqueles que o conseguirem.
Se é para o bem e a "saúde" da Avenida, a desinfestação dos ambulantes, que seja cumprido.
- Ei! E pr'aonde que vão os camelôs? Isso não está no repertório de políticas neoliberal do Governo Federal.
- Ah, eles é que vão pra puta que pariu!
- Ah, eles é que vão pra puta que pariu!
Inevitavelmente, indubitavelmente e inequivocamente, esses pobres irão compôr as estatísticas das mais amplas matérias de convulsão social(violência, favelização, "mendigação", etc...).
A favor dos poderosos, opera a prefeitura. Logo após a entrega feita pelo presidente do Fórum Municipal para o Desenvolvimento Sustentável do Centro da Cidade, Haroldo Nuñez, de uma solicitação assinada por 68 empresários e 23 associações de comerciantes em que se pedia uma resposta rápida para o problema do acúmulo de ambulantes sem cadastro no centro soteropolitano, João Henrique anunciou que a via se transformaria num calçadão, em que o trânsito será restrito e os ambulantes teriam pontos específicos de atuação. Os desafortunados, não beneficiados por nenhum programa de assistencialismo social, estarão fadados a definhar à fome, longe da trading zone dos mais poderosos.
A orgia especulativa dos altos juros continua em ritmo galopante, enquanto a expansão, ou melhor, a retração do consumo, inversamente proporcional, conta agora com a contribuição do prefeito João Henrique.
tsc, tsc...
Um comentário:
Não havia comentário pra este texto. Não HAVIA!!! PASSADO!!!
MUHAUAHAUAHAUAHAU!
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