terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eu quero mais é ser feliz



É de conhecimento coletivo a beligerante atuação das autoridades monetárias da República nacional, neste seu exordial período no qual germinam os pilares de uma democracia madura.

Os assédios pouco parcimoniosos que as classes dominantes lobistas impuseram às contas públicas, ao longo dos anos, fizeram-lhes inexoravelmente incorrer numa orgia de ideologias e doutrinas econômicas, que serviram como pano de fundo aos supostos e pretensiosos planos de reestruturação econômica.

Deu-se, destarte, um sem fim de elucubrações pséudo-científicas, respaldadas em orientações levianas de grupos estrangeiros cujo único interesse era, senão outro, trasvestir-nos os fundamentos econômicos numa singular e uniforme penca de bananas da qual eles se pudessem servir, dado que a teoria econômica, como ciência social aplicada, faz da realidade prática o seu campo de experimentos científicos.

Celso Furtado, em “Um projeto para o Brasil”, não alcançava semelhante idéia: foi-se o tempo em que o modo de produção capitalista erigia-se por si só e pela acumulação primitiva de capital; o romantismo e Byron jazem no século XIX.

Já não há mais que se falar em Processo histórico definido no qual os países subdesenvolvidos estariam, supostamente, arregaçados à indolência e ao calor dos trópicos.

Vertentes, correntes e dissidências mais idílicas e benevolentes – por outros termos, cegas pelo coração – ainda perseveram a arremeter o casco contra o muro do desenvolvimento, como uma matilha em polca. Ignoram a parcela do keynesianismo do qual se infere a seguinte hipótese: as taxas de investimento variam diretamente proporcional aos níveis de renda; as taxas de consumo, por seu turno, inversamente.

Diante disso, soa talvez deveras desvairado o discurso mais desenvolvimentista de que a política monetária se deve guiar pelos rumos da distribuição de renda, da socialização e ampliação dos serviços em prol da coletividade, do aumento da renda per capita etc.

Dividir o que? Podê-lo-ia ter feito se não fosse mais um retardatário da escala do tempo.

Traçando um paralelo discriminante entre as políticas econômicas dos governos de JK e FHC, e fazendo demasiado abuso da cláusula coeteris paribus, pode-se dizer que houve apenas uma grande causa para as reincidentes crises das quais padeceram o Brasil: a fragilidade das contas públicas ao cenário externo.

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